Recentemente, Ubíquo conheceu Ceroulas, uma ervilha com uma concepção do Universo absolutamente original. Fascinou-o a forma como Ceroulas não assume nada acerca do Universo, nem sequer que há leis físicas que o regem. Mas, acima de tudo, fascinou-o o conceito abstracto e etéreo do seu Universo Azul Carmim, um Universo de conceitos onde existem todos os conceitos que alguma vez alguém pode inventar. Fascinou-o, principalmente, porque sabe que esse Universo tem existência independentemente de o seu cérebro estar dentro de um boião ou não. Ubíquo sentiu que o Universo Azul Carmim lhe punha um sorriso de fascínio nos olhos e lhe permitia não se preocupar tanto com o facto de o seu cérebro poder viver dentro de um boião. Desse fascínio, surgiu Azul Carmim, a sua mais recente criação.
AZUL CARMIM
Ubíquo
Ponho as minhas ceroulas
Finjo estar sempre alegre
Com as surpresas do Universo:
Azul Carmim!
Mas algures na penumbra
Subsistem as dúvidas
Crateras profundas
Quero emergir
O caminho vedado
O arame farpado
Olha-me sempre de lado
Sou só um cérebro
Alimentado por uma pilha solar?
E os corpos mera ilusão
Ficção impressa no meu olhar?
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