Robirta fascinada com o Batongo

Robirta passou várias semanas nas profundezas da Amazila em comunhão com uma tribo nativa. Viveu, conviveu e partilhou momentos absolutamente maravilhosos com as ervilhas de lá. Expressiva e criativa como é, sentiu tomar forma dentro dela um conjunto de sons inspirados na linguagem falada por aquela tribo, o Batongo. Tratava-se de uma linguagem essencialmente composta por sons de tambores. Cada vez que alguma das ervilhas daquela tribo queria falar, fosse com quem fosse, tinha que convidar essa ervilha para ir até aos tambores, e falar depois com ela. Robirta adorou esse peculiar sistema de comunicação. Robirta passou semanas a ouvir os tambores, ora suaves, ora exaltados, dependendo da mensagem que a ervilha que os usava queria transmitir. Robirta viu um espectro de tonalidades, de entoações, de pequenas nuances de diálogo, em todos aqueles batuques que teve o prazer de ouvir. Interessou-se em especial por um conjunto de versos da poesia tradicional local. No final, saiu uma peça fascinante feita sem qualquer instrumento, apenas vozes: a de Robirta e a dos Granizados, um grupo de grãos-de-bico que canta predominantemente a capella.



BATONGO
Robirta e os Granizados

[Cantando sons inspirados nos seguintes versos em Batongo, uma linguagem de batuques falada por algumas tribos de ervilhas nativas das profundezas da Amazlias.]

Nuances de cor
Teus traços carregados
Quero sentir o sabor
De bifinhos panados
Absorve-me a dor
O mero silêncio dos prados
E nos batuques sem fim
Ouço pedaços de mim

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