Robirta dedica uma música de adoração a Champi

Robirta, sempre curiosa, sedenta de mundo, quis conhecer de perto a magia de Champi. Por isso, a partir de certo dia passou a ir regularmente às sumecas para partilhar com o resto das fiéis toda a alegria de ser Champista. A sua vida nunca mais foi a mesma. A descoberta da forma exacta como se tinha desenrolado a criação do Universo trouxe-lhe emoções tão fortes que escreveu Champi, uma música de adoração ao Grande Pinguim, gravada depois em conjunto com os Granizados. Os Granizados, um grupo de grãos-de-bico predominantemente a capella, haviam-se estreado com Robirta no surpreendente tema tribal, Batongo.

Não se identificando os Granizados com nenhuma das correntes pinguinísticas existentes, procuraram com as suas intervenções na música, trazer aos ouvintes a sua própria interpretação do Champismo, mas sem nunca fugir às palavras originais de Robirta. Contribuíram ainda de forma crucial para gravar as grasnadas a quatro vozes, tão típicas de pinguins imperadores cor-de-rosa fluorescentes, que se podem ouvir na conclusão do tema.

Aperceber-se de que tudo tinha agora uma explicação e, ainda para mais, logo uma tão simples, despoletou em Robirta um fascínio e um extâse simplesmente indescritíveis. Chegou mesmo a babar-se. Mas limpou-se com um lenço e ficou arrumado o assunto. Pelo menos dessa vez. Com algum receio, Robirta conjecturou que aquela baba estava relacionada com o nome do livro onde estavam escritas todas as verdades, o Baba do Mundo. Mas depois explicaram-lhe que se lia "B-A-Bá do Mundo". Ficou muito mais descansada. Espumar baba do mundo pela boca seria algo altamente desesperante. Sabia lá ela onde é que o mundo tinha andado com a boca.





CHAMPI
Robirta e os Granizados

A Grande Pinguinada é uma lição
De um grande Amor que me enche o coração
Bela e profunda dá-me a explicação
Quando não chego lá só com a razão

A Pinguinada dá-me a mão
Quando me vou abaixo e caio ao chão
Falo com Champi e vejo a solução
Mesmo que apenas mera ilusão

Com Champi já não pratico o mal
(pratico o mal)
Pois do juízo final
Talvez tortura com gelo acidental
(tortura, tortura)

Com Champi giram os carrosséis
(os carrosséis)
Cantamos, comemos pastéis
Temperados com as cinzas dos infiéis
(as cinzas dos infiéis)

Se às vezes pecar por distracção
(vou pecar, vou pecar)
Ele dá-me a redenção
Basta-me encher um balão
(vou encher um balão)

Com Champi deixo as vagens na Bacia
(há bacia, há bacia)
Ele faz a sua magia (há magia)
E o mundo pula de alegria
(há alegria)

A Grande Pinguinada é uma lição
De um grande Amor que me enche o coração
Bela e profunda dá-me a explicação
Quando não chego lá só com a razão

[Grasnadas de êxtase típicas
de pinguins imperadores
cor-de-rosa fluorescentes]

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